A água consumida pelas famílias de Anamã possui coliformes fecais e é imprópria para o consumo humano. A conclusão é da Companhia de Saneamento do Amazonas (Cosama) e faz parte do processo no qual o prefeito de Anamã, Chico do Belo, foi condenado pelo Tribunal de Justiça do Amazonas (TJ-AM) a pagar R$ 500 mil reais por danos morais coletivos e implantar sistema de tratamento e fornecimento de água.
Em 2019 e 2021, a pedido do Ministério Público do Estado (MPE-AM), a Cosama coletou 23 amostras da água consumida em Anamã em poços artesianos da cidade e de torneiras de algumas residências.
O resultado foi chocante: a água de Anamã é totalmente imprópria para o consumo humano.
Das 23 amostras colhidas e analisadas pela Cosama, 12 amostras tinham a presença de coliformes fecais. As outras 11 amostras apresentavam outras contaminações microbiológicas. Veja trecho da sentença da juíza de Anamã, Larissa Padilha.
INÉRCIA
Após seis meses da decisão condenatória proferida pelo desembargador Flávio Pascarelli, nenhuma ação concreta da Prefeitura de Anamã foi executada no sentido de melhorar o tratamento da água fornecida aos moradores. É recorrente nas redes sociais a publicação de vídeos mostrando a imundice da qualidade da água da cidade.
Na decisão, o desembargador afirma que a prefeitura de Chico do Belo ignorou os pedidos de informações do MPE-AM antes do oferecimento da denúncia ao TJ-AM. E que somente no recurso, depois de condenado na primeira instância pela juíza de Anamã, deu explicações de que estava perfurando novos poços artesianos na cidade.
No entanto, no entendimento de Pascarelli, as perfurações de poços em nada resolveriam o problema da contaminação da água e a obrigação de Chico do Belo de implantar sistema de tratamento.
Redação Amazônia