No último domingo, o Amazonas se viu envolto em uma situação alarmante, registrando 236 queimadas, conforme apontado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Este número expressivo de focos de calor coincide com a recorrência de uma “onda” de fumaça que mais uma vez atingiu a capital, Manaus, decorrente dos incêndios.
Os dados revelados pelo Inpe destacam que o estado enfrenta o mês de outubro com o maior número de queimadas dos últimos 25 anos, somando quase 4 mil focos de calor. Esta situação é apenas um dos vários desafios enfrentados pelo Amazonas, agravados pela seca histórica dos rios, afetando praticamente todos os municípios do estado e impactando mais de 600 mil pessoas.
A última vez em que o estado registrou um volume de queimadas superior a 100 em um único dia remonta ao dia 10 de outubro, quando, conforme dados do Inpe, foram contabilizadas 504 queimadas. Nesse período, Manaus já sofria com a incidência da “primeira onda” de fumaça.
Naquela ocasião, o superintendente do Ibama no Amazonas, Joel Araújo, atribuiu o fenômeno às queimadas executadas por agropecuaristas em municípios próximos à capital. Desde então, o número diário de queimadas variou entre 60 e 80. No entanto, no domingo, os incêndios ressurgiram de forma alarmante.
Os efeitos imediatos foram sentidos em Manaus e nos municípios circundantes. No domingo, uma nova onda de fumaça invadiu a cidade, obscurecendo pontos turísticos significativos, como o Teatro Amazonas e a Praia da Ponta Negra, enquanto a qualidade do ar atingiu níveis considerados péssimos.
Na segunda-feira, o fenômeno persistiu em diferentes áreas da cidade, com a qualidade do ar mantendo-se em níveis péssimos ou muito ruins.
Durante todo o mês de outubro, dois dos dez municípios que mais contribuem com as queimadas na Amazônia estão localizados no Amazonas: Lábrea e Boca do Acre, situados no Sul do estado, área conhecida como o “arco do fogo e do desmatamento”, com uma forte presença de agropecuaristas.
Lábrea destaca-se como a segunda cidade na região com o maior número de queimadas no bioma, contabilizando 515 até o último domingo. Enquanto isso, Boca do Acre registrou 348 focos de calor no mesmo período.
O estado enfrenta um desafio crucial não apenas em relação à preservação ambiental, mas também em proteger a saúde e o bem-estar de sua população diante do impacto nefasto das queimadas e da fumaça. Esta situação demanda ações urgentes e efetivas para conter e mitigar os incêndios, preservar o ecossistema e garantir a qualidade de vida dos habitantes do Amazonas.