O relatório “Cartografias da Violência na Amazônia”, elaborado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) e pelo Instituto Mãe Crioula, apontou um aumento significativo nos índices de violência e crimes na região da Amazônia em 2022. Os dados compilados revelam que a taxa média de mortes violentas intencionais foi 45% superior à média nacional, alcançando 33,8 mortes para cada grupo de 100 mil habitantes, em comparação com a média nacional de 23,3.
O estudo, que considerou diferentes modalidades de crimes, incluindo homicídios, feminicídios, homicídios contra indígenas, estupros e registros de armas, destacou que todos os indicadores apresentaram resultados piores na região amazônica. Nas cidades urbanas da Amazônia Legal, a taxa de mortes violentas intencionais chegou a 35,1 por 100 mil habitantes, 52% superior à média nacional.
A taxa de feminicídio na região foi de 1,8 para cada 100 mil mulheres, 30,8% maior do que a média nacional. A violência sexual também apresentou números alarmantes, com uma taxa de 49,4 vítimas para cada 100 mil pessoas, 33,8% superior à média nacional.
O estudo também destacou a presença de facções do crime organizado na região, identificando pelo menos 22 facções presentes em todos os estados amazônicos. Cerca de 23% dos municípios da Amazônia Legal têm a presença de facções, impactando aproximadamente 57,9% da população da região.
Os crimes ambientais também aumentaram na região. O desmatamento cresceu 85,3%, alcançando 619 registros em 2022, enquanto o comércio ilegal de madeira e os incêndios criminosos aumentaram em 37,6% e 51,3%, respectivamente. A grilagem de terras quase triplicou, com um aumento de 275,7%, refletindo uma “nova corrida do ouro” impulsionada por diversos fatores, incluindo políticas governamentais e o aumento do preço do ouro durante a pandemia.
O relatório ressalta a complexidade da situação na Amazônia e destaca a necessidade de ações coordenadas para enfrentar os desafios crescentes na região, que vão além das questões ambientais e envolvem aspectos sociais e de segurança pública.
AM Post