Evento que colocou à prova a democracia dos Estados Unidos, a invasão ao Capitólio completa dois anos nesta sexta-feira (6), com o pedido de indiciamento do então presidente Donald Trump, que pode perder seus direitos políticos. O incidente histórico ocorreu quando apoiadores de Trump se recusaram a aceitar o resultado da eleição presidencial vencida pelo democrata Joe Biden.
Naquele 6 de janeiro de 2021, senadores americanos se reuniram no Congresso para certificar a vitória de Biden, enquanto Trump incentivava seus apoiadores a irem ao local, alegando fraude eleitoral. Os arredores do Congresso foram tomados por trumpistas, entre eles integrantes de grupos de extrema-direita. O movimento tomou grandes proporções quando cerca de 2.500 pessoas entraram no prédio, muitas delas armadas.
Em meio à invasão, o então vice-presidente Mike Pence precisou ser retirado às pressas do local e congressistas aterrorizados tentavam se esconder. Imagens do acontecimento foram transmitidas ao vivo e chocaram o mundo. A polícia americana conseguiu controlar a situação apenas após quatro horas. Cinco pessoas morreram devido à invasão, entre elas um policial.
Depois de dois anos, a maior investigação policial dos Estados Unidos tenta fortalecer a democracia do país e acusou 964 pessoas de ‘ofensas criminais’ e 465 acusados de crimes federais se declararam culpados. Entre as maiores penas, está a condenação do líder do grupo antigovernamental de extrema-direita ‘Oath Keepers’, Stewart Rhodes, que pegou 20 anos de prisão por conspiração contra a ordem. Thomas Webster, ex-policial e supostamente simpatizante do Nazismo, pegou pena de 10 anos por agressão a policiais.
Jacob Chansley, o homem que ficou conhecido por ter invadido o Capitólio com uma capa de pele e um capacete com chifres, cumpre uma sentença de mais de três anos de prisão.
No centro da investigação está o então presidente Donald Trump. Após 18 meses de trabalho e de analisar mais de mil testemunhos, o Comitê da Câmara dos Representantes recomendou no mês passado ao departamento de justiça que indicie Trump por obstruir um processo do Congresso, fomentar uma insurreição e conspirar contra o governo americano.
O relatório final de 845 páginas acusa o ex-presidente de orquestrar a invasão ao Capitólio e conclui que ele não deve ter o direito de voltar a ocupar cargos públicos, assim como todos que ‘participaram da insurreição’.
A resolução ocorreu após Trump anunciar que tem a intenção de se candidatar novamente a presidente na eleição de 2024.
Ele denunciou o Comitê de ser um ‘caça às bruxas’. O partido Republicano se opôs à investigação e também é contra a reforma na lei eleitoral proposta pelo grupo, integrado por sete democratas e dois republicanos.
Fonte: D24am