O Brasil enfrenta uma crise de saúde pública com o aumento alarmante dos casos de dengue nas 11 primeiras semanas de 2024. Segundo dados do Painel de Arboviroses do Ministério da Saúde, divulgados na última segunda-feira (18), o país registrou um total de 1.889.206 casos prováveis e confirmados da doença nesse período, ultrapassando o número total de casos reportados durante todo o ano anterior. Esses números representam a maior incidência da série histórica, que teve início em 2000, sinalizando uma preocupante escalada na propagação da enfermidade.
Além disso, as estatísticas revelam um aumento significativo no número de mortes relacionadas à dengue. O país registrou 561 óbitos confirmados desde janeiro, com outros 1.020 mil casos ainda em fase de investigação. Comparativamente, no mesmo período do ano anterior, foram reportados apenas 257 óbitos entre as semanas 01 e 11. Essa disparidade evidencia a gravidade da situação e a urgência de medidas eficazes para conter a disseminação do vírus.
Nove estados brasileiros e o Distrito Federal já decretaram situação de emergência devido à gravidade da situação. As autoridades de saúde alertam para a importância da prevenção e do controle do vetor responsável pela transmissão da dengue, o mosquito Aedes aegypti. Vasos com água, pratos, pingadeiras, recipientes de degelo de refrigeradores, bebedouros e pequenas fontes ornamentais são identificados como potenciais criadouros do mosquito, que tem preferência por água parada e limpa.
Uma das estratégias adotadas para combater a propagação da doença é a vacinação. A vacina Qdenga, eficaz contra os quatro sorotipos da dengue, está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) para crianças e jovens de 10 a 14 anos, especialmente nos municípios considerados críticos. Esta faixa etária é identificada como a que concentra o maior número de hospitalizações, juntamente com idosos, para os quais a vacina ainda não foi aprovada. Estudos do Observa Infância, divulgados recentemente pela Fiocruz, indicam que a letalidade da doença é maior entre bebês e crianças muito pequenas, reforçando a importância da imunização.
Contudo, além da vacinação, medidas preventivas simples podem auxiliar na redução do risco de contrair dengue. Repelentes com concentrações de icaridina acima de 20% ou de DEET entre 20% e 50% são recomendados contra o Aedes aegypti, assim como o uso de telas nas janelas e roupas de manga longa para evitar picadas.
Diante da gravidade da situação, as autoridades de saúde reforçam a necessidade de intensificar as ações de controle do mosquito vetor em todo o país. A população também é instada a colaborar, adotando medidas preventivas em suas residências e comunidades para eliminar possíveis criadouros do mosquito transmissor. O combate à dengue requer uma abordagem integrada e o engajamento de todos os setores da sociedade para enfrentar essa emergência de saúde pública e proteger a população brasileira.
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