A Defesa Civil do Amazonas emitiu um alerta sobre possíveis problemas causados pela estiagem durante o período eleitoral deste ano no estado. O dado consta em um relatório entregue na quinta-feira (22) ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE-AM), indicando a necessidade de atenção diante das condições climáticas previstas.
Em 2023, o Amazonas enfrentou uma seca histórica, impactada pelo fenômeno El Niño, resultando na redução significativa das chuvas e colocando todos os municípios, incluindo a capital Manaus, em situação de emergência. Mais de 600 mil pessoas foram afetadas, e o Rio Negro viveu sua pior seca em mais de 120 anos de medição.
O relatório apresentado ao TRE-AM oferece um prognóstico climático para os próximos três meses e avalia a situação atual dos níveis dos rios. A Defesa Civil ressalta a importância de observar o cenário atual, que pode impactar o restante do ano. Este ano, os eleitores votarão para prefeitos e vereadores em todos os municípios do estado, com o primeiro turno marcado para 6 de outubro. O pleito acontecerá durante a transição da estiagem para o início do inverno amazônico.
“O relatório do monitoramento hidrológico traz um cenário preocupante em relação à recuperação do nível do rio, onde nas calhas do Madeira, Médio Amazonas e Baixo Amazonas, os níveis atuais estão fora da curva de permanência para o atual período do ano, mesmo estando em processo de enchente”, alerta o documento.
“A estação seca, que naturalmente apresenta uma redução significativa nos volumes de precipitação em nosso Estado e nas regiões das cabeceiras dos rios, pode ser influenciada pelo baixo nível do rio nos meses de setembro-outubro-novembro. Para as calhas citadas, não se observa uma boa recuperação da cota no atual período, o que levanta a possibilidade de enfrentarmos problemas com a navegabilidade no segundo semestre de 2024, mantendo-se o cenário atual”, continua a Defesa Civil.
Os órgãos também estão monitorando o fim do El Niño e seu impacto na formação das chuvas no estado. “A maioria dos modelos indica que o El Niño persistirá até março-maio e depois fará a transição para neutralidade durante abril-junho de 2024. Após um breve período de condições neutras, a maioria dos modelos indica uma transição para La Niña por volta de julho-setembro de 2024”, conclui o documento.
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