A família de um adolescente de 14 anos, diagnosticado com Transtorno do Espectro Autista (TEA), que foi brutalmente agredido na última quarta-feira (19) no bairro Colônia Terra Nova, zona norte de Manaus, está cobrando justiça e levando o caso aos tribunais. Em resposta à violência sofrida pelo jovem, uma manifestação foi organizada para o dia 28 de março, a partir das 8h30, em frente ao Fórum Ministro Henoch Reis, localizado na avenida Umberto Calderaro Filho, bairro São Francisco, zona centro-sul da capital amazonense.
O ato de violência, praticado por Aldon Pinto de Oliveira, de 49 anos, foi registrado por uma câmera de segurança. As imagens mostram o momento em que o homem aborda o adolescente e inicia uma série de agressões com um pedaço de madeira após ter confundido a vítima com garotos que chutaram portão. Em seguida, ele desfere socos contra o jovem e, de forma cruel, tenta enforcá-lo com a alça de uma mochila. As agressões só cessam quando vizinhos intervêm e impedem a continuidade da violência.
O adolescente, em estado de choque e ferido, foi levado para a casa dos avós, que moram a poucos metros do local. A polícia foi acionada e os envolvidos encaminhados ao 18º Distrito Integrado de Polícia (DIP), onde foi registrado um Boletim de Ocorrência.
Na delegacia, Aldon Pinto de Oliveira confessou a agressão, mas, para surpresa da família e de moradores da região, ele foi liberado logo em seguida. A decisão revoltou os familiares da vítima, que agora cobram uma resposta das autoridades.
“Meu filho foi brutalmente atacado sem qualquer motivo e o agressor está em liberdade. Isso é inaceitável! Queremos justiça para que isso não aconteça com mais nenhuma criança ou adolescente”, desabafou a mãe do jovem.
Protesto por justiça
O caso ganhou grande repercussão nas redes sociais e na imprensa local, impulsionando a organização de um protesto pacífico para exigir justiça. Familiares, amigos e defensores dos direitos das pessoas com autismo estão se mobilizando para comparecer ao ato no dia 28 de março.
“Não podemos permitir que atos de violência contra pessoas vulneráveis fiquem impunes. A sociedade precisa se unir para garantir que a justiça seja feita”, afirmou um dos organizadores da manifestação.
Organizações que defendem os direitos de pessoas com TEA também estão se manifestando contra a agressão e acompanhando o caso de perto, pressionando por um desfecho justo.
A manifestação promete reunir um grande número de pessoas em apoio à família e ao adolescente, reforçando a necessidade de mais segurança e respeito aos direitos das pessoas com autismo.
O autismo, conhecido como Transtorno do Espectro Autista (TEA), é uma alteração no desenvolvimento neurológico, que se inicia na infância, e é caracterizado por dificuldades de comunicação e padrões de comportamentos, interesses e atividades que tendem a ser restritos e repetitivos.
Fonte: AM POST