O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) anunciou nesta segunda-feira (6) a realização de perícias em regiões atingidas por incêndios florestais no Amazonas. Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), somente em outubro, o estado registrou quase 4 mil focos de calor, representando o pior índice dos últimos 25 anos.
O Amazonas enfrenta uma crise ambiental grave desencadeada pelos incêndios florestais, resultando em um problema adicional: a propagação de fumaça. O fenômeno invadiu Manaus duas vezes e, na última semana, se intensificou. A qualidade do ar, especialmente na capital e em diversas outras cidades, foi considerada péssima. Manaus completa o oitavo dia consecutivo imersa na fumaça.
Além dos incêndios, o estado enfrenta outra grave situação, decorrente da severa seca dos rios. Todos os municípios do Amazonas estão em situação de emergência, afetando a vida de mais de 600 mil pessoas.
O Ibama informou ao G1 que está conduzindo perícias nas áreas atingidas pelos incêndios para determinar suas causas. As informações coletadas estão sendo repassadas aos órgãos competentes para a abertura de possíveis investigações e apuração de responsabilidades.
O instituto destacou sua atuação para combater o fogo que tem gerado a fumaça que afeta Manaus e outras regiões, agindo tanto no Amazonas quanto no Pará. A declaração do Ibama foi emitida após o Governo do Amazonas afirmar que o fenômeno é decorrente das queimadas no estado vizinho.
No auge da crise de fumaça no último sábado (4), o secretário de meio ambiente do Amazonas, Eduardo Taveira, alertou que o fenômeno deve persistir no estado até dezembro. Taveira ressaltou que Manaus enfrenta um cenário de múltiplos problemas ambientais agravados pelo fenômeno climático El Niño, destacando a falta de chuvas e a inesperada quantidade de fumaça, que compromete o sistema de adaptação da região.