O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, afirmou em sua delação premiada que o chamado “gabinete do ódio” era comandado pelo vereador Carlos Bolsonaro, filho do ex-presidente da República. Essa revelação expande o entendimento sobre o papel do vereador na comunicação do pai e reforça a suspeita de que ele coordenava as estratégias nas redes sociais de Jair Bolsonaro desde a campanha eleitoral de 2018.
De acordo com as informações prestadas por Cid, Carlos Bolsonaro estava à frente do “gabinete do ódio” e contava com a colaboração dos ex-servidores Tercio Arnaud e Mateus Sales Gomes. Este grupo era responsável por realizar publicações nas redes sociais, muitas vezes com teor ofensivo e ataques às instituições do país.
Além disso, o tenente-coronel afirmou que Jair Bolsonaro também participava dessas ações, compartilhando notícias falsas e realizando ataques contra autoridades, incluindo ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo Cid, o ex-presidente utilizava seu próprio celular para encaminhar essas mensagens, algumas contendo informações mentirosas.
Após a divulgação da delação de Cid, Carlos Bolsonaro, Tercio Arnaud e Mateus Sales Gomes negaram qualquer participação em ataques contra as instituições. Em nota enviada pelo advogado Fábio Wajngarten ao site UOL, a defesa de Jair Bolsonaro afirmou que a delação do tenente-coronel parece mais uma confissão e minimizou as acusações feitas.
O termo “gabinete do ódio” se refere a um grupo que supostamente atua com o intuito de disseminar informações falsas e difamar adversários políticos por meio das redes sociais. Os integrantes desse grupo são investigados por incentivar ações golpistas e são alvo de um inquérito no STF, que trata essas ações coordenadas como “milícias digitais”.