O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes decidiu prorrogar, de novo, por mais 90 dias, o inquérito que investiga as milícias digitais. No despacho, Moraes justifica a decisão com base na necessidade, apontada pela Polícia Federal, de ter mais tempo para realização de diligências que ainda estão pendentes.
“Em virtude da presença de fortes indícios e significativas provas apontando a existência de uma verdadeira organização criminosa, de forte atuação digital e com núcleos de produção, publicação, financiamento e político absolutamente semelhantes àqueles identificados no Inq. 4.781/DF, com a nítida finalidade de atentar contra a Democracia e o Estado de Direito”, argumentou o ministro sobre o inquérito.
O ministro autorizou, em outubro do ano passado, o compartilhamento do relatório final da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), do Congresso Nacional, dos atos de 8 de janeiro de 2023 e de todas as suas provas com a investigação sobre as milícias digitais.
O inquérito foi aberto por Moraes em julho de 2021, com o objetivo de investigar a atuação de grupos que estariam atentando contra o Estado Democrático de Direito. São investigados parlamentares bolsonaristas, empresários, influenciadores e auxiliares.
Esta foi a nona vez que o ministro prorrogou as investigações. A PF organiza as apurações entre os núcleos político, de produção, de publicação e de financiamento. Também há suspeitas do uso de verba pública durante o governo Jair Bolsonaro para alimentar esses grupos.
Estariam entre os alvos dos supostos golpistas, segundo suspeitas, políticos do governo Lula, ministros do STF, a imprensa tradicional e outros grupos vistos como adversários políticos.
O Tempo