Admirar o reflexo e gostar do que vê. O ato pode parecer simples, mas desencadeia sensações que se estendem por corpo e mente. O motivo? Um neurotransmissor relacionado ao bem-estar e à recompensa conhecido como Dopamina, que é liberado quando o indivíduo obtém o que deseja ou pratica atividades que lhe são agradáveis.
O neurocientista Fabiano de Abreu explica que no universo onde a imagem é uma das principais vitrines, procedimentos estéticos e até mesmo as redes sociais podem liberar esse neuro-hormônio, o que provoca benefícios além do que os olhos podem ver.
“A dopamina é um neurotransmissor que se relaciona com imunidade, sendo fundamental para o equilíbrio do organismo. Fazer algo que faz com que você se sinta bem, mesmo que gradativamente, previne alterações químicas desencadeadas pela tristeza e apatia, que podem culminar em dificuldade de transmissão de impulsos nervosos entre as células”, alerta.
Dr. Thiago Martins, biomédico e professor, aponta que para que o hormônio seja liberado, o procedimento deve ser feito de maneira cuidadosa e respeitando os limites dos traços e da parcimônia.
“Na era das redes sociais, está se tornando cada vez mais comum a vontade dos pacientes de alterarem seus corpos e faces para se parecerem com alguém que admiram, ou ganhar traços que não necessariamente seriam cairiam bem”, alerta.
A filosofia de trabalho do professor e biomédico gira em torno da valorização da naturalidade durante os procedimentos. Esse cuidado, segundo ele, é o que proporciona aos pacientes a sensação de se sentir mais bonito, sem necessariamente perder a identidade.
“Quando as modificações são muito bruscas, o efeito pode ser justamente o contrário e o fato do paciente mudar tanto ao ponto de não se reconhecer, tende a desencadear não apenas processos depressivos como transtornos de imagem”, comenta o professor Dr. Thiago Martins.