Com mais de 169 mil profissionais atuando no Brasil, a área de segurança do trabalho tem se consolidado como uma das mais estratégicas para empresas e indústrias de todos os portes. A estudante Monyk Canacho, 36, está decidida a se tornar uma profissional de destaque no ramo, que lhe conquistou pela possibilidade de atuar no cuidado com pessoas. Por isso, mesmo antes de concluir sua formação técnica, abriu mão do emprego por um estágio na função desejada.
“Você tem que se encontrar na área, não adianta estar nela e não gostar do que faz. Quero ser atuante e justamente por isso deixei meu emprego anterior, porque queria me dar a oportunidade de ganhar melhor e ter mais conhecimento antes de ir, de fato, para o mercado de trabalho”, comenta.
Monyk, está em formação no Centro de Ensino Técnico (Centec), em Manaus, e deve se tornar, em breve, mais uma profissional da área de Segurança do Trabalho, juntando-se aos 169.485 brasileiros que atuam no setor. O dado foi divulgado neste mês pelo governo federal, com base em informações do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), em alusão ao Dia Mundial da Segurança e Saúde no Trabalho, celebrado em 28 de abril.
Conforme o levantamento do governo, a categoria é composta majoritariamente por técnicos de segurança do trabalho, que somam 122.793 trabalhadores em todo o país. Além dos técnicos, a área também conta com 12.093 engenheiros de segurança do trabalho, 8.481 médicos do trabalho, 5.084 enfermeiros do trabalho e 11.034 técnicos de enfermagem do trabalho.
O estudante Rodrigo Barbosa, 33, também optou pela formação técnica pelo Centec. Para ele, o conhecimento teórico e prático é muito importante para conseguir futuramente atuar no setor. “Além disso, há certas habilidades que precisam ser desenvolvidas, como a percepção mais aguçada em relação a riscos em ambientes de trabalho. Esse olhar crítico faz toda a diferença na segurança”, diz.
Papel fundamental
Os profissionais técnicos de segurança do trabalho, formação mais comum no setor, desempenham um papel fundamental na prevenção de acidentes e doenças ocupacionais, garantindo condições seguras para milhões de trabalhadores brasileiros.
“Entre as atividades previstas, estão também a implementação de medidas de segurança e a promoção de conscientização entre os trabalhadores, contribuindo para a redução de custos com acidentes e aumentando a produtividade e o bem-estar geral”, explica o engenheiro civil e docente do curso de Segurança do Trabalho no Centro de Ensino Técnico (Centec), Varlem Bastos.
Com duração de 18 meses, o curso oferece uma formação sólida e voltada para as necessidades do mercado. Ao longo das aulas, os estudantes aprendem, na prática, temas como saúde ocupacional, legislação aplicada, prevenção de acidentes, gestão da qualidade e normas técnicas.
“A segurança do trabalho continua sendo uma área essencial, especialmente para nós, do Amazonas, com a Zona Franca de Manaus. Além de oferecer boas oportunidades no mercado, é uma profissão que faz a diferença no dia a dia das empresas, protegendo vidas e promovendo ambientes mais seguros e saudáveis”, destaca o docente.
Dados
Em 2023, o Brasil registrou 732.751 acidentes e doenças do trabalho entre segurados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), conforme o Anuário Estatístico de Acidentes de Trabalho do Ministério da Previdência Social. O número real pode ser maior devido à subnotificação. Mais de 2.780 trabalhadores morreram e 6.352 ficaram permanentemente incapacitados para outras atividades.
