Usuários do transporte coletivo foram pegos de surpresa, nesta terça-feira (15), com uma greve dos rodoviários. A paralisação ocorreu por volta das 4h, prejudicando estudantes e trabalhadores no horário de pico em Manaus.
“Hoje foi muito complicado a questão do transporte público por conta da greve, ônibus que normalmente passavam de 30 a 40 minutos, começaram a passar mais de 1 hora, 1h20, 1h30, e isso acabou atrapalhando muito, fora a superlotação que ocorreu por conta da demora do ônibus, e isso acabou fazendo, como no meu caso, me atrasar para o trabalho, mas acredito que não só eu, como muitos trabalhadores hoje tiveram seus atrasos e isso foi um problema muito grave, porque foi uma coisa inesperada, fiquei sabendo hoje dessa greve, saí de casa despreparado”, afirmou o programador de sistemas Wesley Meireles.
Como os ônibus que circulam em terminais e bairros de Manaus estavam demorando muito para passar, uma alternativa encontrada pelo operador de caixa João Lucas Pereira foi pagar o micro-ônibus executivo. Por ser a única alternativa para alguns usuários, houve superlotação no modal. Por conta disso, houve relatos de pessoas passando mal por conta do calor e aperto.
“Bom, os ônibus estavam muito lotados, estavam reduzidos. Estavam muito lotados, muito lotados mesmo, mais do que o normal. Tive que pegar o executivo, mas até o executivo estava lotado. E foi sofrido para chegar no trabalho”, relatou.
Como a greve não tem previsão para acabar, os trabalhadores que já chegaram em seus empregos ainda não conseguem respirar aliviados, isso porque sabem que correm o risco de passar por um sufoco ainda maior na hora de voltar para casa.
“Cara, eu esperei por mais de uma hora por um ônibus que demora meia hora para passar e eu ainda estou no trabalho. Com certeza, para voltar para casa vai ser horrível, pois meu ônibus demora cerca de 45 minutos para passar. Se a frota está reduzida, vai demorar uma hora e meia. Então, para alguém que depende disso, do transporte público, é um direito deles, sim. Mas também avisar em cima da hora, às 6 horas da tarde de ontem, que haveria grave hoje, sem dar nenhum tempo para preparo, para o pessoal que depende disso e sabe que vai ser afetado por isso, é uma falta de responsabilidade. Até porque eles sabem o poderio que têm e sabem que existem as horas de pico, onde têm que passar mais ônibus e isso realmente afeta a gente como usuário”, afirmou um trabalhador que preferiu não ter a identidade divulgada.
Os trabalhadores que dependem do transporte coletivo também afirmam que o atraso e o estresse por horas esperando por um ônibus afetam o humor e a saúde mental.
“Tenho que sair de casa muito cedo para poder chegar no meu expediente e ainda chego atrasado. No fim do dia também, eu acho que vai ser a mesma coisa. Vou ter que sair cedo do meu trabalho para poder chegar em casa e ter aquela paciência, né? Porque vai ser um trânsito caótico. Essa situação não afeta só o meu trabalho, também afeta o meu humor, afeta o meu rendimento do trabalho, afeta o meu sustento, a minha saúde física, a minha saúde mental e a imagem que eu passo no meu trabalho, né? Chegando atrasado, saindo cedo, enfim. Eu entendo essa reivindicação, mas a população também não pode continuar pagando esse preço” afirmou o auxiliar de inventário Marcos Murakawa.
A paralisação já havia sido anunciada na segunda-feira (14) e deve seguir ao longo do dia. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários de Manaus, a operação será parcial: 70% da frota deve circular nos horários de pico (das 6h às 9h e das 17h às 20h) e apenas 50% nos demais períodos.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários de Manaus, Givancir Oliveira, dará uma coletiva às 16h, na sede da entidade, para falar do desdobramento da greve da categoria.
Fonte: AM POST