Vamos relembrar os fatos. Em 2023, os trabalhadores da educação do Amazonas entraram em greve reivindicando um reajuste de 25%. Durante a negociação, o governador Wilson Lima se comprometeu a conceder 15%, o que levou a categoria a encerrar a greve em assembleia geral e retornar às escolas. No entanto, o governo não cumpriu sua palavra: em vez dos 15%, concedeu apenas 8%, golpeando a categoria.
Já em 2024, o governador desapareceu com a terceira parcela do precatório do FUNDEF. No mesmo ano, em dezembro, anunciou o pagamento das progressões verticais – um direito garantido por lei (Lei nº 3.951/2013, art. 26), que trata do Plano de Cargos, Carreiras e Remunerações (PCCR) da rede estadual. No entanto, até agora, esse pagamento não foi realizado. Agora, em março de 2025, coincidentemente no mês da data-base da categoria, Wilson Lima faz o mesmo anúncio que já havia feito em dezembro, sem cumprir a promessa anterior.
Além disso, o governador se recusa a receber os sindicatos que representam a categoria para negociar as pautas dos trabalhadores da educação, demonstrando total desrespeito à classe trabalhadora. Enquanto isso, nas redes sociais, faz vídeos que passam uma imagem falsa de valorização dos profissionais da educação, tentando maquiar o descaso e os reiterados calotes aplicados ao longo de seu governo.
Todas as progressões – tanto verticais quanto horizontais (por tempo de serviço) – devem ser pagas imediatamente, assim como as datas-base, que acumulam atrasos e corroem o poder de compra dos trabalhadores.
Diante desse descaso e da falta de diálogo, não vejo outra alternativa senão a busca pela unidade da categoria e a construção de uma Greve Geral ainda maior que a anterior. Somente assim poderemos conquistar a data-base atual e as atrasadas. Se não nos mobilizarmos, veremos nosso poder de compra continuar sendo corroído por repetidos calotes.
Não queremos falácias e promessas vazias. Exigimos respeito e o cumprimento do que nos é de direito!
Jamisson Maia
Professor SEDUC-AM / SEMED-Manaus