Lançamento do documentário Thutalinãnsu acontece no dia 20 de novembro, às 19h, na Casa Maraká da Mídia Indígena
A história de luta e resistência da Associação Thutalinãnsu ganha as telas em um documentário que leva o nome da organização. O filme de 20 minutos é um registro da força e sabedoria de 60 mulheres indígenas que lideram o caminho para a defesa de suas comunidades na Terra Indígena Tirecatinga, em Mato Grosso.
A Associação Thutalinãnsu, fundada em 2018, reúne mulheres dos povos Terena, Paresi, Manoki e Nambikwara. Em um território multiétnico na transição entre Cerrado e Amazônia, a organização é referência na luta por soberania alimentar, geração de renda e proteção territorial.
O documentário mostra a coragem com que essas mulheres enfrentam desafios urgentes, como os impactos das mudanças climáticas, reafirmando seu papel central na defesa da TI Tirecatinga.
Vozes e protagonismo por trás das câmeras
Suyani Terena, cineasta e vice-presidente da Associação Thutalinãnsu, atuou na produção do documentário e destaca a importância do audiovisual para expor a complexidade do trabalho feminino na linha de frente da defesa territorial.
Para Suyani, o filme é essencialmente pois permite “mostrar a capacidade e a potencialidade que as mulheres indígenas trazem. Além da seriedade e o compromisso que elas têm. Eu vejo que uma organização de mulheres indígenas é muito diferente, porque as mulheres têm um olhar mais delicado”.
A jovem liderança ainda ressaltou a multiplicidade de papéis assumidos pelas mulheres do seu território, valorizando-as como protagonistas. “As mulheres em suas comunidades não são apenas líder ou presidente, mas também mãe, esposa, professora, enfermeira”.
Ao retratar essa força, o documentário demonstra como as associadas da “Thutalinãnsu” conseguem conciliar todas essas responsabilidades com a luta pela preservação cultural e territorial, gerando um impacto positivo para todo o território.
Para a jornalista e cineasta Helena Corezomaé, diretora do filme, contar a história dessas mulheres foi uma missão de grande importância. Ela argumenta que essas narrativas nem sempre são contadas, mas precisam ser compartilhadas, pois representam um ato de reconhecimento da sabedoria indígena e do trabalho de base desenvolvido pelas mulheres.
“No documentário temos relatos de mulheres que tiveram a vida transformada pela Associação, seja porque conseguiram comprar uma porta para casa ou uma máquina de costura. Outras conseguiram de volta plantar alimentos tradicionais, como a araruta, que já não havia mais, viabilizado por projetos desenvolvidos pela associação. Contar essa história é mostrar essas ações que impactam diretamente as famílias desse território”.
Lançamento e exibição na COP
O lançamento oficial e o debate com a diretora Helena Corezomaé e a produtora Suyani Terena ocorrerá no dia 20 de novembro, às 19h, na Casa Maraká da Mídia Indígena. A mesa será mediada pela cineasta Jessica Yiskah, do povo Sateré-Mawé.
Para o público da Conferência das Partes (COP), uma exibição especial será realizada no dia 19 de novembro, às 20h, no espaço da Central da COP, em Belém, no Pará.
Realização e apoios institucionais
O documentário é uma realização conjunta da Associação Thutalinãnsu, da Operação Amazônia Nativa (OPAN) e da Rede Katahirine. O projeto também contou com o apoio da Rede Juruena Vivo e do Instituto Catitu.
Link para o trailer: https://www.youtube.com/watch?v=tnJoJ10pBZY
Foto: Luzo Reis




