O governo federal dos EUA executou, na madrugada da quarta-feira (13/1), na penitenciária de Terre Haute (Indiana), uma mulher pela primeira vez depois de quase 70 anos.
Inicialmente, Lisa Montgomery, de 52 anos, seria executada por injeção letal em 8 de dezembro, mas o processo foi adiado após os seus advogados contraírem Covid-19 durante visita à penitenciária. A execução chegou a ser suspensa pela Justiça de Indiana, mas o Supremo reverteu a decisão e ordenou que o ato prosseguisse. A defesa de Montgomery, que tentava impedir a execução, alegava que a condenada sofria de distúrbios mentais.
A americana, que usava máscara contra o coronavírus, foi executada por injeção letal. Ela abriu mão do direito de pronunciar suas últimas palavras, e o processo foi finalizado rapidamente.
Kelley Henry, da equipe de defesa de Lisa, afirmou após a aplicação da pena capital:
“Todos que participaram da execução de Lisa Montgomery deveriam sentir vergonha.”
Lisa foi condenada por estrangular em 2004 Bobbie Jo Stinnett, que tinha 23 anos e estava grávida de oito meses, em Skidmore (Missouri, EUA). Montgomery cortou a barriga de Stinnett e sequestrou o bebê prematuro, fingindo ser dela. A tesa da defesa apontando sério problema mental de Lisa foi derrubada durante o julgamento. Em tribunal, Lisa afirmou que, quando era criança, era estuprada repetidas vezes pelo padrasto e por amigos dele em quarto criado especialmente para a violência sexual.
As execuções federais nos EUA tiveram uma pausa de 17 anos, antes que o presidente Donald Trump ordenasse que elas fossem retomadas em julho do ano passado.
Em dezembro, Trump programou cinco execuções para ocorrer antes da posse de Joe Biden, em 20 de janeiro. A mudança quebrou um precedente de 130 anos em que as execuções eram pausadas durante uma transição presidencial. Biden já se manifestou contrário à pena de morte
FONTE: EXTRA