O governo da Índia declarou, na quinta-feira (20), que o país está enfrentando uma “epidemia de fungo negro”, após a morte de 90 pessoas no estado de Maharashra, todas se recuperando da Covid-19. Há ainda 850 internados na região e as autoridades acreditam que será preciso tratar 5 mil pacientes nos próximos meses, conforme o Telegraph.
Considerados extremamente raros antes da segunda onda da pandemia do novo coronavírus no território indiano, os casos de mucormiose, como a doença é conhecida, têm aumentado nas últimas semanas. Outro estado que também viu os registros crescerem foi Gujarat, atualmente com 1.163 pessoas em tratamento.
Este aumento tem sido atribuído à prescrição desenfreada e de longo prazo de esteroides para o tratamento de infectados pelo Sars-CoV-2. Tais medicamentos acabam suprimindo o sistema imunológico dos pacientes, deixando-os mais vulneráveis à doença causada pelos fungos.
Por enquanto, não há uma contagem oficial de infectados pelo fungo negro na Índia. Mas a partir da declaração da epidemia, todos os casos confirmados e também os suspeitos relacionados à enfermidade terão que ser relatados ao Ministério da Saúde nacional.
Infecção rara e agressiva
Causada pelo fungo Rhizopus spp, quando os esporos da espécie são aspirados no ambiente, a mucormiose apresenta sintomas como congestão nasal, edema facial e lesões escurecidas no nariz e na boca. Ela também pode se espalhar para os olhos, pulmões e cérebro, levando à perda da visão e até à morte, se não for tratada.
O tratamento que vem sendo utilizado pelo governo indiano é a injeção antifúngica Anfotericina. Porém, alguns médicos têm sido forçados a buscar outras formas de salvar vidas diante da baixa disponibilidade do medicamento, algumas vezes precisando remover os olhos ou as mandíbulas dos internados.
Segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC), a taxa de mortalidade do fungo negro chega a 50%.
FONTE: TEC MUNDO