A Justiça da Alemanha sentenciou, nesta quinta-feira (28), o neonazista Stephan Ernst, de 47 anos, a uma prisão perpétua. Ele foi condenado pelo assassinato, em junho de 2019, de um político que favorecia a acolhida de migrantes.
Ernst matou, com um tiro na cabeça, Walter Lübcke, um político de 65 anos da União Cristã Democrática (CDU), o partido de centro-direita de Angela Merkel.
Ele terá de passar pelo menos 15 anos na prisão.
Seu cúmplice, que o ensinou a atirar sem saber de suas intenções, foi condenado a um ano e seis meses de prisão.
Lübcke foi o primeiro político assassinado no país desde 1945. Durante o julgamento, Ernst pediu perdão à família da vítima por seu crime “cruel e covarde”.
Walter Lübcke, vítima de um neonazista — Foto: Uwe Zucchi / dpa / AFP
A vítima havia manifestado seu claro apoio à recepção de migrantes decidida por Merkel. Entre 2015 e 2016, mais de um milhão de refugiados foram recebidos na Alemanha.
Em agosto de 2020, durante o julgamento, Ernst reconheceu seu crime.
Neonazista conhecido das autoridades
Stephan Ernst era conhecido desde o final dos anos 80 como um simpatizante neonazista potencialmente violento. Ele era suspeito de ter planejado um ataque a bomba em uma residência para requerentes de asilo politico em 1993. Em 2009, ele participou de distúrbios racistas em Dortmund.
Apesar desse passado, os serviços de inteligência pararam de monitorá-lo nos últimos anos. A investigação revelou outro erro da polícia, acusado de complacência com os neonazistas, por não ter apontado para a autoridade quem concedia as armas que permitia que o suposto cúmplice fosse um membro ativo da extrema direita. Isso lhe permitiu comprar pistolas e espingardas.
FONTE: G1