É apenas a segunda vez que um trabalho em fotojornalismo conquista o Grande Prêmio na história da premiação, que também registrou um marco inédito com veículos cearenses vencendo três categorias na mesma edição
O Metrópoles conquistou o Grande Prêmio CNT de Jornalismo 2025 com o trabalho “Um Brasil que desmorona: desabamentos de pontes atrasam o país”, assinado pelo fotojornalista Breno Esaki. A série de imagens mostra, com força e sensibilidade, os impactos do descaso com a infraestrutura de pontes no Brasil, retratando as perdas humanas, sociais e econômicas provocadas pela falta de investimentos em manutenção. Essa é segunda vez que um trabalho em fotojornalismo conquista o Grande Prêmio na história da premiação, que também registrou um marco inédito com veículos cearenses vencendo três categorias na mesma edição.
Na categoria Áudio, o prêmio foi para a jornalista Thayane Ribeiro, da Rádio BandNews BH, com a série “No meio do caminho”, que traz relatos emocionantes de moradores que vivem às margens de rodovias e trilhos em Belo Horizonte (MG) e precisam deixar suas casas para dar lugar a grandes obras de mobilidade urbana.
O vencedor da categoria Comunicação Setorial foi o Sindiônibus (Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Ceará), com a terceira temporada do podcast “De Ponto a Ponto”, que aborda o transporte coletivo em Fortaleza sob diferentes perspectivas, destacando seu papel para a mobilidade, inclusão e qualidade de vida da população.
Em Fotojornalismo, o prêmio foi concedido a Domingos Peixoto, do jornal O Globo, pelo ensaio “Tempo perdido”, que denuncia o sucateamento da Supervia e a realidade enfrentada pelos passageiros, que convivem diariamente com superlotação e insegurança.
Na categoria Meio Ambiente e Transporte, a vencedora foi Theyse Santana, do Diário do Nordeste, com a reportagem “Na contramão do clima: fuga de passageiros enfraquece ônibus de Fortaleza e incha vias públicas com transportes individuais”. O trabalho mostra os impactos ambientais do crescimento do transporte individual e a urgência de políticas que fortaleçam o transporte coletivo sustentável.
O prêmio de Multiplataforma foi para William Cardoso, do Metrópoles, com o especial “Mete marcha: gamificação coloca entregadores do iFood em risco”, que revela como a lógica de pontuação da plataforma pressiona entregadores a assumir riscos e enfrentar jornadas exaustivas. A reportagem combina textos, vídeos, fotos e um minidocumentário que expõem as consequências dessa dinâmica sobre a saúde e segurança dos profissionais.
Na categoria Texto, o vencedor foi Cláudio Ribeiro, do Jornal O Povo (CE), com a série “Como age a quadrilha que despacha cocaína pelo Pecém há 6 anos”, que investiga a atuação de um grupo criminoso envolvido no tráfico internacional de drogas por portos cearenses. O trabalho detalha as operações e a estrutura da organização criminosa, evidenciando os desafios da segurança no transporte marítimo.
Já em Vídeo, o prêmio foi para Carlos de Lannoy, da TV Globo, com “Emendas derretem no asfalto”, reportagem que mostra como emendas parlamentares destinadas à infraestrutura acabam desperdiçadas em obras inacabadas ou mal executadas. O caso de uma estrada na Bahia cujo asfalto recém-inaugurado derrete sob o sol ilustra, de forma contundente, as falhas de gestão e fiscalização.
Edição de 2025
Com o tema “Jornalismo que abre novas rotas”, a 32ª edição do Prêmio CNT de Jornalismo reconhece trabalhos que exploram novas abordagens e narrativas sobre o transporte brasileiro, valorizando a investigação, a criatividade e o compromisso com o interesse público.
Os trabalhos foram avaliados por André Basbaum (EBC), Flávio Ferreira (Folha de S.Paulo), Laurindo Ferreira (Sistema Jornal do Commercio), Paulo Nassar (Aberje) e Suzana Kahn Ribeiro (COPPE/UFRJ). O Grande Prêmio CNT de Jornalismo oferece o valor de R$ 60 mil, e cada categoria premiada recebe R$ 35 mil.
A solenidade de premiação será realizada em 10 de dezembro, no CICB (Centro Internacional de Convenções do Brasil), em Brasília.




